A ADPEMA, pelo Presidente Cristiano Matos de Santana, participou, no dia 9 de junho, da posse do Dr. Diego Serejo Ribeiro como Defensor Público do Maranhão, dando boas-vindas e colocando a Associação à disposição.
Durante a cerimônia, o empossado, Dr. Diego Serejo, agradeceu pela posse no cargo e contou um pouco da sua história de vida e dos obstáculos que havia passado para chegar até ali por ser uma pessoa com deficiência. Em um momento emocionante do seu discurso, ele disse:
” Aprendi a escutar com os olhos, com a boca, com as mãos, com os gestos, porque nem sempre posso contar com minha parcial audição do ouvido direito. Eu aprendi a sorrir quando ofendido, aprendi a chorar quando feliz, mas até eu aprender tudo isso não foi fácil. A vida toda as piadinhas de bullying seguiram, era chamado de surdo e era mais gordinho do que isso quando era mais novo, então imagina o que tive que ouvir. Mas eu aprendi muito a naturalizar esse comportamento social em vez de retrucar com violência, porque, na verdade, naquela época eu estava tentando me aceitar como pessoa com deficiência. A sociedade tem padrões que as vezes a gente precisa tentar modificar com amor, empatia e às vezes a temperatura e pressão da sociedade não é a que a gente suporta normalmente. Com o passar do tempo eu compreendi que sou uma pessoa com deficiência, que não porto a deficiência, mas que ela está em mim, que ela sou eu”
Ele disse ainda:
Ingressar na Defensoria, para mim, não significa mais um ingresso em um cargo público como foi das outras vezes. A parti de hoje estou muito feliz em realizar o amor ao próximo na prática com ofício e pra mim é um motivo de êxtase. Tenho consciência que eu estou defensor, então darei o meu melhor todos os dias em comprometo a dar o meu melhor, sempre pedindo a Deus par me guiar e me livrar de qualquer sentimento de decisão ruim, mas sempre disposto a errar e aprender.
Na ocasião, o presidente da ADPEMA, após as saudações de praxe, citou Ruy Barbosa: “O direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes”.
O representante classista fez referência, ainda, ao Tratado de Marraqueche e à Convenção de Nova York, que possuem status constitucional, já que o empossado destacou o fato de ser pessoa com deficiência e que tem superado as dificuldades.
Presentes estavam o Defensor Público-Geral, Corregedor Geral, Ouvidora Geral, Conselheiros do Conselho Superior e, virtualmente, familiares.